ícone Põe a semente na terra…

Comecei a minha militância nos movimentos eclesiais e depois nas pastorais e um canto sempre me animava na caminhada: põe a semente na terra, não será em vão. Não te preocupe a colheita, plantas para o irmão… Com esse espírito que começo a contar um pouco do começo do nosso Sindicato.

No ano de 1989 tivemos uma greve histórica, quando havia somente quatro agências do Banestado estavam fechadas no Brasil inteiro. Uma delas era a agência de Arapoti. Conseguimos manter a greve por cinco dias. Aí sentimos na pele a necessidade de ter uma entidade que nos desse sustentação. Nessa época os 22 Municípios que compõe a base territorial do nosso Sindicato eram a última base inorganizada do Paraná. Houve movimentos anteriores para organizar os bancários dessa região. Em Wenceslau Braz aconteceu uma reunião, em 1989que foi marcada por um acidente grave com funcionários do Banco do Brasil de Arapoti quando iam para a reunião. Nessa época se tentava juntar nossa base à de Ponta Grossa, chegando inclusive a filiar vários bancários naquele sindicato, porém, por desinteresse daquela entidade, o processo não foi levado adiante.

Em 1990 conheci o sindicalista Cido Silveira, que era do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Barra do Jacaré. Ele me falou sobre a CUT e intermediou o contato com essa Central, que acionou a regional de Londrina da CUT.

Em 1991 organizamos uma reunião na AABB de Arapoti onde estiveram presente vários bancários de Arapoti, Jaguariaíva e Wenceslau Braz. Para orientar essa reunião vieram dois bancários de Londrina: Nedson Micheletti e Joaquim. Esse foi o passo decisivo para nossa organização, pois foi nesse dia que decidimos fundar o nosso sindicato já que a princípio tínhamos a intenção de nos juntarmos a um sindicato já existente, como Londrina ou Cornélio Procópio, pois já havíamos tentado antes com Ponta Grossa.

No dia 13 de julho de 1991, por volta das 9 horas reunimos 16 bancários na Escola Municipal Telêmaco Carneiro, em Arapoti, para fundarmos o Sindicato dos Bancários de Arapoti e Região. Estavam presentes: Mauricio Barbosa Zerneri (BB Wenceslau Braz); Carlos Henrique Marques de Macedo – Russo, Ana Solange da Borba, Rauni Disney Vieira, João Carlos Kroetz, Francisco KazuhiroAsahi, Claudio Saldanha, Osmar Tobal (BB Arapoti); Eliete Aparecida dos Santos, Marlene Esteves Maria, Celso Duarte Aquino, Divair da Silva (Banestado Arapoti); João Pivovar Neto – Paçoca, José Mario Silva Rosa – Zecão (BB Jaguariaíva); Fernando Hilário Valgas (CEF Jaguariaíva) e José Carlos da Silva (Banestado Jaguariaíva). Além desses bancários também estavam presentes Odair Correa Leite, aposentado do Banco do Brasil e Paulo Sergio Taques Betim. A assembleia foi coordenada por Natal Pires Cardoso, diretor do Sindicato dos Bancários de Londrina. Fui escolhido para a presidência por um período de um ano até que se fizesse a primeira eleição. O Claudio Saldanha ficou com o cargo de Secretário Geral e o Russo com a Secretária de Finanças.

A partir daí demos início à organização de fato do Sindicato, pois não tínhamos nada além de vontade. Fazíamos as assembleias na AABB. Na primeira campanha salarial não sabíamos nem o que fazer. Lembro-me que nos esquecemos de publicar os editais de convocação. Por sorte o Natal, de Londrina fez isso para nós. Claudio e eu ficávamos até de madrugada para fazermos atas, organizar filiações e realizar outros trabalhos.

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Em novembro de 1991 o Banestado aprovou a minha liberação, mas como não tínhamos sede, acertei com um amigo que era contador, o Nelson Alves Luiz, e ele me cedeu um espaço no seu escritório na Av. Luiz Pinheiro onde eu tinha uma mesa e usava o telefone dele, ressarcindo as despesas. Fiquei ali por dois meses aproximadamente até que a Marlene Esteve Maria, que era da diretoria se propôs a ceder um pedaço da sua garagem, na RuaJauri Viana Esteves e puxamos uma extensão do telefone dela.

Comecei então a percorrer a base, indo de ônibus a Jaguariaíva, Wenceslau Braz, Siqueira Campos, Ibaiti. Quando ia a Ibaiti saía às 5:30 e voltava às 23:30 horas, pois só havia um horário de ida e outro de volta. Em algumas cidades, como Siqueira Campos eu posava na casa de amigos, pois não tínhamos dinheiro para pagar hotel.

A primeira aquisição nossa foi um telefone, pois na época tinha que se comprar um número e não era barato. Depois compramos um telex para pode se comunicar com as agências.

Algum tempo depois compramos um fusca branco, que depois foi dado como parte do pagamento para compra do terreno na Rua dos Expedicionários, onde é hoje a nossa sede.

Conseguimos organizar o Sindicato com todas essas dificuldades porque tínhamos muita união, companheirismo e coragem, mas a semente que plantamos e cuidamos com sacrifício e acima de tudo com muita dedicação e hoje podemos ver os frutos desse trabalho, com um Sindicato combativo e comprometido com a categoria e com a classe trabalhadora. Um Sindicato que nunca se curvou às pressões e soube, apesar do seu tamanho, pois é o menor sindicato de bancários do Paraná e um dos menores do Brasil, sempre esteve presente nas grandes lutas dos bancários e dos trabalhadores brasileiros.

Divair da Silva - Primeiro presidente Seeb Arapoti

Ícone Sindicato de ArapotiSINDICALIZE-SE!Ícone Sindicato de ArapotiSINDICALIZE-SE!Ícone Sindicato de ArapotiSINDICALIZE-SE! Ícone Sindicato de ArapotiSINDICALIZE-SE!Ícone Sindicato de ArapotiSINDICALIZE-SE!Ícone Sindicato de ArapotiSINDICALIZE-SE!

Sindicato Cidadão

O Sindicato dos Bancários de Arapoti atualmente trabalha em prol dos interesses da categoria, mas não deixou de lado as atividades voltadas ao lazer e ao esporte, como o Baile dos Bancários e os campeonatos de futebol suíço e de futsal. Além disso, o Sindicato também participa, de forma efetiva, de movimentos que buscam a cidadania dos trabalhadores, como os conselhos municipais de saúde, educação, trabalho, assistência social, dos direitos da mulher, da criança e do adolescente e em outros fóruns de discussão que visam conquistar a qualidade de vida para todos os brasileiros. É com este espírito de luta e dedicação que o Sindicato dos Bancários vem desempenhando sua função, contando sempre com engajamento e o respaldo da categoria, que é a razão de todo este trabalho desenvolvido ao longo dos anos.